Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso.
'O sucesso é consequência'
Albert Einstein
terça-feira, 24 de julho de 2007
domingo, 8 de julho de 2007
Monumento maravilha
Não queria, de modo algum, com a minha modesta opinião sobre esta eleição, influenciar contra o voto no Mosteiro de Alcobaça, razão pela qual, só agora me pronuncio.
pontos positivos:
- por cafés, rádios, jornais, blogs, etc foi-se falando muito de Alcobaça.
- O turismo deste concelho têm muito a ganhar com a divulgação nacional e internacional do evento (assim saiba aproveitar o facto).
- O director do mosteiro mostrou, mais uma vez, ser um grande Homem e um amante de Alcobaça.
- ficámos a saber que a câmara tinha disponiveis 150 000 euros e que, não está, por isso, "com a corda na garganta"!
- espero que os fornecedores a quem deve facturas, pensem o mesmo e, finalmente, recebam os montantes em dívida! que os deficientes passem a poder conhecer o monumento através de um acesso por uma rampa ou elevador, que possamos entrar como qualquer convidado digno, pela porta da frente (basta um corredor central, para não estragarmos os sapatitos....),etc.
- ficámos, ainda, elucidados sobre o progresso da mais velha profissão do mundo, que aderiu ao plano tecnológico - a prostituição - bom, já chegou à votação das sete maravilhas (palavras do dr Sapinho, pois eu não me atreveria a tanto, ainda me colocavam um processo por difamação!)
- conseguimos recordar (nas fotos de apresentação do monumento na tvi) a maravilhosa entrada verde e fresca do mosteiro - ou era outro monumento e eles... enganaram-se?
- conseguimos ensinar história ao Luis de Matos, tendo contribuido para alargar a sua cultura geral (e a carteirita, também!)
- tivemos o raro previlégio de ver um sapo a descer as escadas (aos trambulhões, é certo!) do magnifico estádio da Luz, inchando a cada degrau como se lhe estivessem a dar vida.
- Ajudámos, significativamente, a encher os bolsos da pt, vodafone, optimus, tmn, etc
- e, nem nos queixámos quando nos disseram que havia prioridades e que, a promoção do mosteiro e as verbas dispendidas eram prioritárias em relação à falta de saneamento básico e estradas e hospitais deficientes.
pontos negativos:
- Depois de tantos pontos positivos, poderá alguém, no seu mais perfeito juizo, encontrar um ponto negativo neste processo?
sexta-feira, 6 de julho de 2007
A lei de Gresham

" A má moeda tende a expulsar do mercado a boa moeda".
No fundo é um princípio económico que formula a ideia de que as moedas que têm valor pleno em termos de metal precioso tendem a desaparecer quando circulam num sistema monetário depreciado.
Ou seja, na época em que o valor do dinheiro equivalia ao seu peso em ouro ou prata, se houvesse quebra da moeda (o rei ou o governo decidisse cunhar moeda com o mesmo valor nominal, mas com menos teor em ouro ou prata), então os possuidores da moeda antiga preferiam guardá-la, porque embora o valor nominal para as transacções no mercado fosse o mesmo, ela valia intrinsecamente mais. Assim, pouco a pouco, as transacções faziam-se usando apenas a má moeda, enquanto a boa moeda era entesourada nos baús caseiros.
Quando Cavaco Silva relembrou a Lei de Gresham, num artigo publicado no Expresso, a generalidade da opinião pública viu, por detrás das palavras do actual Presidente da República, a intenção (e a acção) que sacudiu Santana Lopes da presidência do governo. O próprio Santana Lopes, entre tantas queixas de desabafo salientou, umas vezes directa, outras indirectamente, o empurrão com que o seu ex-presidente o desequilibrou. E a leitura ficou por aí.
Cavaco Silva, interpelado sobre o assunto, respondeu que a sua afirmação não visava ninguém em especial mas a classe política em geral.
Parece-me pertinente o relançamento deste tema, visando particularmente o quadro político das autarquias – Juntas e Assembleias de Freguesia, Câmaras e Assembleias Municipais.
No fundo é um princípio económico que formula a ideia de que as moedas que têm valor pleno em termos de metal precioso tendem a desaparecer quando circulam num sistema monetário depreciado.
Ou seja, na época em que o valor do dinheiro equivalia ao seu peso em ouro ou prata, se houvesse quebra da moeda (o rei ou o governo decidisse cunhar moeda com o mesmo valor nominal, mas com menos teor em ouro ou prata), então os possuidores da moeda antiga preferiam guardá-la, porque embora o valor nominal para as transacções no mercado fosse o mesmo, ela valia intrinsecamente mais. Assim, pouco a pouco, as transacções faziam-se usando apenas a má moeda, enquanto a boa moeda era entesourada nos baús caseiros.
Quando Cavaco Silva relembrou a Lei de Gresham, num artigo publicado no Expresso, a generalidade da opinião pública viu, por detrás das palavras do actual Presidente da República, a intenção (e a acção) que sacudiu Santana Lopes da presidência do governo. O próprio Santana Lopes, entre tantas queixas de desabafo salientou, umas vezes directa, outras indirectamente, o empurrão com que o seu ex-presidente o desequilibrou. E a leitura ficou por aí.
Cavaco Silva, interpelado sobre o assunto, respondeu que a sua afirmação não visava ninguém em especial mas a classe política em geral.
Parece-me pertinente o relançamento deste tema, visando particularmente o quadro político das autarquias – Juntas e Assembleias de Freguesia, Câmaras e Assembleias Municipais.
domingo, 1 de julho de 2007
UMA CASA «À PORTUGUESA» COM CERTEZA

Um texto do sociólogo e professor universitario Moises Espirito Santo, publicado no Jornal de Leiria, na edição de 14/672007. Achei por bem trazer este tema ao Gentes e Frentes. Informo que o mesmo artigou gerou polemica, na edição seguinte, do mesmo jornal, devido à sua pertinência e extrema actualidade mas também porque exprime um modo de ser bem português.
"Há muito para dizer sobre o tema. Comecemos por isto: o Banco Europeu faz subir as taxas de juro que vão atingir a habitação dos portugueses. Muitos deles terão de se desfazer da casa que compraram a crédito porque a Banca não perdoa. Pensaram, ingenuamente, que a vida ia de vento em poupa e empenharam-se na compra duma habitação caríssima. Como em todos os países modernos? Falso. Estamos perante um problema económico que é um efeito da cultura (entendida como «o modo de pensar e de agir») porque tudo é regido pela cultura, incluindo a economia. Nesta concepção de «casa», um valor da cultura tradicional persistente faz estragos na modernidade. Nestes últimos 50 anos, cultura portuguesa mudou menos do que se pensa: melhoraram-se os consumos, os hábitos e as tecnologias, mas o essencial continua.
O facto é que os portugueses pressupõem que, na modernidade, a regra é a compra da habitação. Ora, esta era uma regra da ruralidade. Na cultura rural (sejam quais forem as sociedades), o princípio é que cada agricultor ou aldeão tenha a «sua casa» integrada nos seus campos. A habitação da família era o seu berço, a sua raiz na terra, a sua marca no solo, a sua presença na paisagem, a condição para a parceria aldeã, a prova da existência, a estabilidade (ou fixidez) social e a sua câmara mortuária.
Contrariamente a isto, o princípio das culturas urbanas é o da casa arrendada. Na Europa, para o comum das pessoas, por «viver na cidade» entende-se que é em casa arrendada. Esta diferença marca duas culturas. Só a casa arrendada se coaduna com a premente mobilidade social ascendente ou descendente (subir ou descer no estatuto social) e com a mobilidade geográfica (necessidade de mudar de residência: se se perder o trabalho num sítio procura-se trabalho e casa noutro; alargando-se a família arranja-se casa maior; separado o casal, cada qual procura outro domicílio, etc.). Com o mínimo de traumas.
Nenhum estado moderno tem interesse em fixar os habitantes a um sítio. Muito menos concede benefícios fiscais à compra de casa. Á economia (capitalista ou socialista) convém sobretudo (é uma condição sine qua non) a mobilidade dos trabalhadores, a sua deslocação para onde há trabalho ou para desenvolver as regiões deprimidas. Só este exemplo: em 1988, no município de Paris (7 milhões de habitantes) o sistema de «casa própria» não ultrapassava os 28% das habitações familiares.Esta diferença bastaria para ilustrar o fosso cultural existente entre nós e os outros europeus. As concepções rurais, específicas das aldeias, passaram-se para as cidades.
Chamamos a isso rurbanização, quer dizer, transferência da ruralidade para a civilização urbana. A «casa própria» é um atavismo rural que persiste sob a capa da modernidade. É por isso que o País se vai tornando num imenso subúrbio, nem rural nem urbano, rurbano, sem áreas desafogadas para empreendimentos que exijam largos espaços, um país atravancado com casas, e com cada vez menos qualidade ambiental. O atavismo cobriu todo o território e compromete irremediavelmente o futuro - um enorme desperdício macro-económico. A paisagem do Litoral já é tão só uma teia de casas. É claro que os lucros fabulosos da Banca portuguesa se devem a este resquício rural da «casa própria»".
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