sábado, 23 de junho de 2007

CHAPEAU AO VEREADOR DA CDU EM ALCOBAÇA




Afinal ainda há politicos com sentido comum em ALCOBAÇA...


"...Termino o agir triangulando, de hoje, com C de CONCURSITE, das 7 Maravilhas! Nos primeiros tempos achei que devíamos puxar pelo voto certo na nossa inquestionável Maravilha, no nosso Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, classificado pela UNESCO, Património Mundial, há quase duas décadas. Depois apercebi-me que a TVI e a organização, queria recolher receitas, permitindo que qualquer um possa votar centenas de vezes por telefone. Mais grave foi saber que o Presidente Sapinho não tinha mais nada que fazer do que votar dezenas de vezes, quando viajava no nosso automóvel. Depois, ao ver que a maioria da Câmara e a Junta de Freguesia de Alcobaça incentivavam a que as pessoas gastem dinheiro (“o Truque é votar”), exclamei: “Caramba, isto é demais”!!! Até chegaram ao cúmulo de irem premiar quem gaste mais dinheiro em telefone. É claro que o que deviam ter feito é denunciar e acabar com este logro. O que deviam era ter agido junto dos organizadores para limitar um voto por cada telefone, como é possível tecnicamente fazer. Deixei os “truques” e, para mim, passou a ser a hora de denunciar esta parvoíce! Fiquei a saber que a operação de propaganda e promoção do Mosteiro, por iniciativa da câmara custa 150 mil euros… Vou tentar descobrir em quê… Entretanto não me venham dizer que têm de cortar nas verbas para as colectividades, por exemplo, quando os Ranchos Folclóricos vão representar condignamente Alcobaça junto das nossas comunidades emigrantes, ou quando uma orquestra vai representar o concelho num concurso nacional!!! "

Rogério Raimundo

Vereador PCP

CMAlcobaça

quarta-feira, 13 de junho de 2007

MARAVILHA OU DESPERDÍCIO?!...


" (...) De todas as Câmaras contactadas, a de Alcobaça foi a única que reconheceu ter apostado forte na promoção do seu mosteiro.(...) entre 100 a 150 mil euros (...)

A autarquia recorreu aos serviços de uma empresa de consultadoria que definiu os moldes da campanha. (Vitor Frutuoso, presidente da câmara municipal de Marvão, adianta que também foi contactado por uma empresa que pretendia promover o castelo. O preço base era 50 mil euros. O autarca declinou (...)

Em Alcobaça, aquele momtante foi também utilizado para pagar os direitos de imagem de Luis de Matos, que dá a cara pelo mosteiro(...)"


In: Jornal o Público. Segunda Feira, 11 de Junho de 2007


Ao ler esta notícia fiquei, na qualidade de munícipe de Alcobaça, envergonhada.

Afinal, em Alcobaça, há milhares de munícipes sem saneamento básico, estradas camarárias feitas de buracos de alcatrão e terra, esgotos a céu aberto a desaguar para os rios Alcoa e Baça, equipamentos sociais avariados e sem servirem o interesse público (exemplo disso é o elevador do passeio pedonal que antes, ou logo que foi aberto ao público foi avariado e nunca reparado...), escolas a necessitarem de apoios para funcionamento, edifícios públicos (camarários e outros) a violarem a lei por não cumprirem a regulamentação legal das acessibilidades, ignorando deste modo todos os cidadãos que sofrem de incapacidades motoras e visuais e tantas outras carências primárias ...

Apesar de tudo isto, a prioridade da Câmara Municipal de Alcobaça é trazer a Alcobaça um "mágico" para dar a cara pelo nosso Mosteiro?!...

Gastar 150 mil euros dos contribuintes alcobacenses para puro folclore?!...

Será que alguem pensa que o Luis de Matos vai salvar Alcobaça do marasmo em que mergulhou?

Afinal, onde é que mora o respeito pela dignidade e bem - estar dos munícipes?!...

domingo, 10 de junho de 2007

VALE A PENA OUVIR E PENSAR...



...APESAR DOS POUCOS ASSISTENTES NA SALA.

terça-feira, 5 de junho de 2007

A LENDA DO LAGO

A LENDA DO LAGO

N’aquela tarde calma. Fora a pesca abundante,
Sant’António do seu nicho, assiste vigilante
À faina. Os pescadores largam já d’amarra
E, como o mar manso,lá vão de proa à barra
Alegremente em fila, o porto demandando.
O leme vai na orça, velozes vão passando
Na linha da “ carreira “. Em frente da capela;
O Santo vai contando, um por um, vela por vela.

O sol é posto já. Traiçoeiro a refrescar
O vento aflige o Santo e atormenta o mar.
Toldou-se o céu também, logo a terra escureceu
E no regaço o santo Jesus adormeceu.
Já nas ondas envergam os novelos d’espuma
Mas, na conta das velas, inda falta uma!
Nos lábios d’António, trémulos d’amargura
Alguma praga ao mar, entre as preces se mistura.

Um ponto branco, ao sul, lá longe entre a procela,
Traz rumo aproado, à alvura da capela.
O bom do Santo ao ver, esse asa de gaivota
Que, tão audaz procura. A linha da derrota,
Empalidece, e treme, temendo-lhe o destino.
Não se atreve porém a acordar o seu Menino.
E murmura: “Jesus, Senhor! A vaga é tão alta”
“E aquela vela é, a mais pequena que me falta”

Enquanto Dura a luta, entre o mar e a vela
António nota já, não ser deserta a capela.
Uma pobre mulher, nos degraus ajoelhada
Cinge contra o seio, uma cabecita dourada;
No seu ardente olhar e nos olhos da criança,
O ponto branco brilha, como um farol d’esperança
E o pescador afoito, aproa sempre a vela
Ao vulto da mulher, à brancura da capela

O mar redobra a fúria, é um leão rugindo
E tranquilo Jesus, no regaço vai dormindo;
Mas avistando o pano, roto já p’la rajada
A cabecita d’ouro exclama apavorada:
“Ó mãe? Ó minha mãe?”
“É o meu pai, quelá vem?!”
N’isto; o Menino acorda e mui mal humorado,
O aio santo increpa, de sobrolho carregado;
“O que foi isto António?” – “Quem foi que se atreveu?”
O Santo aponta a medo, a vela, o mar, o céu.

Nos olhos da mulher, onde a vela é agravada
Uma lágrima... Uma pérola pendurada.
Desvairado ao vê-la, implora Sant’António:
“Senhor... fazei bonança... O mar é um demónio... “
Jesus serenamente, do nicho então desceu,
Com uma mãozita em concha, a pérola colheu,
O seu rosado braço, enérgico balança
E às ondas infernais, a humilde jóia lança.

Depois... sorriu ao Santo com divino afago
E no mar, defronte da capela, fez-se um “lago”


UM PESCADOR
( O autor destes versos é desconhecido sendo atribuido a um pescador da época)

CAPELA DE SANTO ANTÓNIO – S. MARTINHO DO PORTO

A Capela de Santo António situa-se num cabeço conhecido pelo Morro de Santo António. Segundo consta, a sua origem remonta á época muçulmana, altura em que ali teria sido erigida uma pequena mesquita. Com a reconquista cristã, esta mesquita teria sido destruída e em seu lugar teria sido edificada uma capela dedicada ao Santo que lhe dá nome, que do alto de sua capelinha foi e ainda é refugio e amparo dos pescadores nas horas difíceis, embora nos dias de hoje eles sejam cada vez menos.

Escondidos no imaginário ficaram as lendas e superstições relacionadas com esta capela e com os feitos do Santo sempre pronto a proteger os pescadores que se entregaram ou entregam à sua protecção. A mais conhecida é sem dúvida a “LENDA DO LAGO”, escrita em verso, em bonitos azulejos que se encontram na frente da capela. Pena que mal tratados. Fala de um barco que entre muitos outros, saiu para a pesca num dia calmo. De repente o mar ficou embravecido e Santo António, sempre vigilante, depois de contar as velas e verificando que lhe faltava uma, tendo o menino Jesus adormecido no seu regaço, por ele chamou e este acordando transformou o mar em lago, salvando os pescadores. E assim nasceu a lenda.